Monitoramento de gavião-real em Parintins-AM

A fêmea imatura de gavião-real conhecida como Apuama, monitorada desde 2007 pelo Programa de Conservação Gavião-real do INPA, ainda utiliza o ninho onde nasceu. A ave foi capturada há dois anos, para marcação com dispositivos de identificação e monitoramento (anilha Z01005 do CEMAVE/ICMBio e anilha D do Programa, microchip e rádio-transmissor satélite). A tecnologia para monitoramento via satélite utilizada pela primeira nesta espécie no Brasil, contou com a parceria do INPE. Na época da marcação o Programa realizou um concurso para que as crianças das escolas das localidades próximas do ninho sugerissem um nome indígena para a ave. Apuama, que quer dizer veloz, foi o nome escolhido. Passado esse tempo, a ave ainda voa pelas matas da região e na semana passada (08/07/2009) foi fotografada por pesquisadores do Programa na árvore do ninho, uma castanheira. O registro fotográfico permitiu que identificassemos este indivíduo por meio da anilha na perna (tarso) esquerda e do rádio-transmissor no seu dorso. As visitas mensais ao ninho permitem que os pesquisadores identifiquem as espécies de árvores utilizadas como poleiros pela espécie e uso do ninho como ponto central de movimentação nas proximidades de seu ninho. A pesquisa é desenvolvida no Assentamento Vila Amazônia, do INCRA em Parintins, AM. A região abriga ampla área de floresta contínua e diversas atividades de uso e ocupação do solo, tais como capoeira, agricultura e pecuária de subsistência. Jovens e adolescentes, bolsistas do Programa Jovem Cientista Amazônida da FAPEAM, que moram e estudam no Assentamento apoiaram no monitoramento mensal visitando ninhos da espécie. Os resultados do monitoramento permitirão pela primeira vez para o Brasil, conhecer a forma da área de uso do entorno do ninho e o sentido do deslocamento da espécie no momento de sua dispersão. Outra fêmea adulta vem sendo monitorada nas florestas da mata Atlântica (Bahia) há um ano por satélite telemetria. Estes rádios-transmissores via satélite foram adquiridos com recursos da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza e as atividades de monitoramento mensal in locu realizada com apoio da FAPEAM e CNPq.